segunda-feira, 14 de junho de 2010


'' - A televisão, amigo Daniel, é o anticristo, e eu digo que bastarão três ou quatro gerações para as pessoas não saberem mais nem peidar por conta própria e para o ser humano volta à caverna, à barbárie medieval, a estados de imbecilidade que a lesma já superou por volta do Pleistoceno. Este mundo não vai acabar por causa da bomba atômica, como dizem os jornais, vai acabar, sim, de tanta risada, de tanta banalidade, por essa mania de se fazer piada com tudo e além do mais piadas ruins."


De "A sombra do Vento", Carlos Ruiz Zafón.
A fala é do personagem Fermín Romero Torres, um mendigo das ruas de Barcelona nos tempos pós-guerra. Concordo com Romero, o mendigo, se é que ele existiu e falou isso.
Se não, rendo meus elogios à criatividade de Zafón...que em simples palavras descreveu para onde estamos caminhando.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Olá!

Vou postar aqui uma sequência dos meus textos antigos, aqueles que estavam no kamilavalente.blogspot.com , pois tem muita coisa legal (eu acho pelo menos...) e como perdi todos os dados de lá (senha e afins...) não tive mais como postar.
Criei então O gosto da letra, pra celebrar minha nova vida e pra continuar com minha paixão.
Escrever, escrever...

Mas confesso que sofri.

Aos que se foram, obrigada.


Eu não sei muito sobre a vida, sobre as relações e as pessoas.
Eu não sei muito sobre essa roda-viva.
Mas eu tenho algumas suspeitas sobre o que faz a tal roda girar, a respeito do que me pára, me move e de vez em quando suspirar...
Eu aprendi sobre o medo, ficando no escuro mesmo.
Aprendi que chega uma hora que o medo adormece, que dá e passa.
Em vez de eu correr do monstro, eu o abraço, agarro.
De repente é ele que cansa do GRRRRRR! e vai embora à procura de alguém que se assuste com o mundo e toda sua podridão.
Aprendi sobre saudade, deixando ir pra longe quem eu gostei ou até mesmo amei...
Aprendi que olhar as cartas, olhar as fotos, alimentar a saudade faz ela dormir depois.
Faz ela todo dia querer um pouquinho mais de comida e dormir um sono maior depois do almoço. Até que chegou o dia em que ela esqueceu de acordar. E eu pude finalmente limpar minhas gavetas.
Deixar o passado definitivamente passar, passar por mim...
Aprendi sobre o amor, vendo ele chegar e partir.
Amor é assim mesmo, eterno enquanto dure este clichê.
Por isso, não se morre de amor.
Aprendi sobre morte, deixando quem se foi levar um pedaço de mim.
Ficou aqui o resto, que teve de aprender à força sobre tudo isso e continuar achando graça.

Kamila V.


quinta-feira, 3 de junho de 2010

Mind.

Paz, eu quero paz, já dizia o nobre Camelo (o Marcelo).
É impossível produzir assim.
Meu olho pisca devagar, meu subconsciente conta até 10.
Eu não posso ser normal. Não posso ser daqui.
Tudo que eu quero é um canto quente o suficiente que me faça parar de pensar.
O que eu quero é uma paz que destoa dessa poluição terrena.
Eu nao posso ser normal, e por mais que diga tudo que acho que eu sou, no fim eu nao sei de nada.
Só sei que tenho uma percepção constante que não me deixa dormir.
Ou melhor, eu até que durmo, mas não consigo deixar de perceber tudo, nem nos sonhos.
Tenho que definir tudo, os caminhos, a ordem das comidas que ponho no prato, os valores do meu crédito.
Quando percebo que não me programei eu me frustro com tanta desorganização.
Eu sou doente.
Desde pequena, quando as crianças brincavam ranhentas na rua, eu já criava saidas pros problemas da humanidade. Tudo sem a mínima genialidade, obviamente.
Daí eu cresci e tive a pretensão de definir que nasci na época errada.
Porque não é possível eu não concordar com absolutamente nada.
E eu fico por aí fingindo que gosto do teu pagode e da tua cintura alta, quando eu acho isso tudo, tão irrelevante.
Eu nem sei como terminar, não devia ter escrito nada hoje.