sexta-feira, 11 de junho de 2010

Aos que se foram, obrigada.


Eu não sei muito sobre a vida, sobre as relações e as pessoas.
Eu não sei muito sobre essa roda-viva.
Mas eu tenho algumas suspeitas sobre o que faz a tal roda girar, a respeito do que me pára, me move e de vez em quando suspirar...
Eu aprendi sobre o medo, ficando no escuro mesmo.
Aprendi que chega uma hora que o medo adormece, que dá e passa.
Em vez de eu correr do monstro, eu o abraço, agarro.
De repente é ele que cansa do GRRRRRR! e vai embora à procura de alguém que se assuste com o mundo e toda sua podridão.
Aprendi sobre saudade, deixando ir pra longe quem eu gostei ou até mesmo amei...
Aprendi que olhar as cartas, olhar as fotos, alimentar a saudade faz ela dormir depois.
Faz ela todo dia querer um pouquinho mais de comida e dormir um sono maior depois do almoço. Até que chegou o dia em que ela esqueceu de acordar. E eu pude finalmente limpar minhas gavetas.
Deixar o passado definitivamente passar, passar por mim...
Aprendi sobre o amor, vendo ele chegar e partir.
Amor é assim mesmo, eterno enquanto dure este clichê.
Por isso, não se morre de amor.
Aprendi sobre morte, deixando quem se foi levar um pedaço de mim.
Ficou aqui o resto, que teve de aprender à força sobre tudo isso e continuar achando graça.

Kamila V.


2 comentários:

  1. Esta é uma verdade, tentamos porque sofremos.
    Esta é uma verdade, sofremos porque tentamos.
    A nobre das verdades, nada somos.
    A nobre das verdades, tentando ser, sofremos.
    Respirar, parar, comteplar, concentrar, a estrada para fora da roda começa a se alargar.

    Gostei de seu texto Kamila. Através dele surgiu a inspiração para escrever também.

    Felicidades.

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  2. Olá Bruno, belas palavras...
    Permite postar aqui no O gosto?

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