segunda-feira, 14 de junho de 2010


'' - A televisão, amigo Daniel, é o anticristo, e eu digo que bastarão três ou quatro gerações para as pessoas não saberem mais nem peidar por conta própria e para o ser humano volta à caverna, à barbárie medieval, a estados de imbecilidade que a lesma já superou por volta do Pleistoceno. Este mundo não vai acabar por causa da bomba atômica, como dizem os jornais, vai acabar, sim, de tanta risada, de tanta banalidade, por essa mania de se fazer piada com tudo e além do mais piadas ruins."


De "A sombra do Vento", Carlos Ruiz Zafón.
A fala é do personagem Fermín Romero Torres, um mendigo das ruas de Barcelona nos tempos pós-guerra. Concordo com Romero, o mendigo, se é que ele existiu e falou isso.
Se não, rendo meus elogios à criatividade de Zafón...que em simples palavras descreveu para onde estamos caminhando.

Um comentário:

  1. Isto realmente é algo que se deve ponderar.
    Ja dizia o filósofo grego Aristóteles:

    "Aquilo com que estamos habituados se torna desde então quase natural. O hábito é, com efeito, algo semelhante à natureza, já que o freqüente é semelhante ao sempre e já que, se o sempre compete à natureza, o freqüente compete ao hábito."

    Felicidades,
    Bruno

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