sexta-feira, 28 de junho de 2013

Paixão mata.





Chega aquela horinha que a gente se vira e fala pra Deus, pra força maior do universo, pro anjo, pro santo:
Se não for pra fazer bem,  tenha a bondade de afastar o sujeito da minha vida.

Normalmente a gente se arrisca a pedir isso, enquanto consegue bancar uma dorzinha caso a entidade superior, resolva atender o pedido. Mas tem vezes que a gente perde esse timing, essa linha tênue e frágil que divide o "saber virar a página caso o casinho desande" e a probabilidade de experimentar aquela sensação de quase morte que dá, quando a paixão se manda sem dar tchau.

Dizem que o tal momento, é tão sutil, tão frágil e rápido, que  não se vê.
Não dá pra sacar essa transição em que a gente passa do status de estar apenas "interessada" para "mais envolvida do que a Jolie nas causas sociais" e dele em diante não se sabe mais, se a gente aguenta ou não o tranco, de um suposto fim.

O fato é: Ninguém, até hoje, na história da humanidade morreu de amor. Até os crimes cometidos sob forte emoção são chamados de passionais, porque é isso mesmo. A paixão é que mata.

Paixão dilacera, desfaz, torce, remói, espanca e por fim mata. E morre.
Dessa morte pode nascer a sorte de um amor tranquilo com sabor de fruta mordida ou no lugar do vermelho vivo que pulsava, pode ficar um deserto, árido, seco, igual a qualquer coisa cor-de-pasto sem vida, até começar tudo de novo, com outro sujeito.

A paixão é uma construção luxu(ri)osa que a gente ergue com o objetivo de chegar lá no topo e hastear a bandeira do amor. Que brega, mas enfim, é isso mesmo.
É no decorrer dessa construção que a gente cai do andaime, se arranha em meio ao concreto, se lasca, lanha, desbrava selva do corpo, do gosto, até que a tempestade para e é só brisa.
Só amor, paz e amor ou só paz mesmo.

Mas porque a gente se complica tanto por essa, que é a barraqueira inconsequente dos sentimentos, então?

Sei lá.

Se o homem nunca precisou de sentido pra meter guerra, matar gente, roubar miserável, que dirá, pra apaixonar.



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