Eu não te conheço bem, mas de te olhar assim de
lado, já deu pra sacar que você é daquelas pessoas simples.
Simples, não rasas.
Eu acredito, por exemplo, que você não é de ficar
me olhando assim de lado imaginando se eu sou simples, funda ou rasa.
Você é fácil. Até quando é difícil.
Você não deve nem imaginar que quando eu te vejo,
eu fico querendo um bloquinho pra escrever todas as frases de efeito que meu
coração compõe. Daria música.
Mas aí você vai e eu esqueço de todas elas, porque não
fica nada na mente quando você não fica.
Você é mais uma das pessoas que não tem nada em
comum comigo.
A diferença é que, você, é a mais estranha delas.
E eu aprendi contigo a te adjetivar assim por que
você vive se auto-intitulando grosseiro, bicho-do-mato, enquanto eu fico ali
calada, sem discordar, só porque acho lindo o jeito de você se denegrir.
Depois, eu que não perco a mania de alimentar
teorias da conspiração, fico pensando se você não quer me convencer que é suficientemente
ruim, pra eu não me envolver nadinha. Mas hoje de manhã com a cabeça fria e com
teu bom dia colorido, eu já achei que não é nada disso.
Você não pensa em nada.
Nem em teorias, nem em envolver, enquanto eu, penso
até na morte da bezerra.
Me acordar com mensagens sem jeito, depois chegar lá
em casa me afogando em beijos apaixonados.
Um apego meio desapegado.
E eu nunca sei onde guardo as mãos quando a gente
passa na rua. Se eu procuro um copo pra ocupá-las, você me olha torto e diz pra
eu segurar direito a tua.
E eu fico rindo da tua cara, sem saber nada, porque
você tem um jeito lindo de não me deixar saber.
Tem um jeito desastrado de procurar com cuidado palavras
pra explicar o que acha da minha história e antes mesmo de concluir o pensamento,
olha a hora no telefone, quem passa na rua.
Sem cuidado, bate em mim como se eu fosse qualquer
menino amigo seu.
Depois me mata, de pouquinho em pouquinho, com teu riso.
É como se fossem golpes nocauteando o coração.
Teu riso, não sorriso, me finaliza, se junta com o
meu numa confluência que a gente já sabe onde termina.
E das outras coisas, eu não sei qual gosto mais.
Se é o jeito inquieto dos teus dedos entre os meus,
enquanto me escuta.
Se é teu tom de voz despreocupado. A voz que foge
arrastada.
Que me arrasta pro fundo do peito, lá onde a gente
guarda pensamento e lembrança boa.
Eu ia perguntar se você podia ficar mais, mas você
sempre responde com outra pergunta e eu não to preparada pra pergunta errada.
Você vai me dar um “ ficar mais o quê?”, enquanto eu queria um “
ficar onde?”.
Aí eu vou treplicar puta da cara com um “ficar mais
chato”, enquanto queria gritar um “ficar aqui.”
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