quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Quero, meio sem querer.




Eu quis mandar uma mensagem pro teu telefone te contando o que tá pegando aqui comigo. Do jeito que tá um caos essa telefonia móvel, é bem provável que você não receba o tal texto e eu cumpra meu  principal objetivo que é o de  ficar com aquela falsa sensação de dever cumprido do que propriamente você ler minha declaração.

Depois eu pensei em bem que você podia estar atrás da porta, escutando a conversa que tive com meu melhor amigo, assim você ia ficar sabendo tudo, sem necessariamente ter que te falar.


Imaginei se ia parecer muito descarado da minha parte, eu compartilhar contigo aquela música nova que descobri, só pra você ler a letra e deixar ela cantar por mim.


E se de repente eu fosse até o restaurante que você almoça diariamente e sentasse na mesa ao lado, e comesse, e falasse ao telefone, e desprezasse a salada no canto do prato. Só pra fingir que a vida é rotina e o ar não falta na tua presença, só pra disfarçar esse eu quero com tanto sem querer.


Eu podia ainda, te chamar pra conversar em qualquer dessas redes sociais que a gente é intimamente amigo e dizer que foi engano mas já que tava ali queria saber como tinha sido tua semana. Só pra ser vista.


Mas eu não fiz e nem vou fazer nada disso, talvez por medo, talvez por sensatez ou talvez por eu ser uma retardada que não enfrenta os próprios bloqueios. 


Não me orgulha essa covardia infantil perto dos 30, mas é que você aumenta em mim, a produção dos sentimentos e hormônios mais femininos do mundo. Com você, sou mulherzinha.


E pra sobreviver a tudo isso eu fico criando planos (in)falíveis e babacas pra brincar com a verdade, já que eu não posso brincar com teus dedos pousados na minha barriga.


Na realidade, eu queria que você soubesse do caso, sem ser contado em verbos. Queria que soubesse por ser óbvio, por ser do destino, por ser da gente se esbarrar nesse canto do mundo depois de ficar tonto rodando países, cidades e histórias.


Achei que pela coincidência dos nossos discos, livros e gosto, era uma boa ideia voar juntos assim livre, leve e solto como só a gente sabe ser.

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