quarta-feira, 11 de julho de 2012



É dificil recomeçar.
A gente fica meio assim sem saber pra quem rir, onde pôr as mãos, se dá dois beijos ou parte pra três.

Fica sem saber o que fazer quando entra no carro. Se apenas agradece ou também diz que ele tá lindo.
É tudo um completo não sei.

De repente o batom vermelho? Não, muito ousado.
O rosa? Não, muito menina.
Sem batom então? Ih, ta querendo beijar.

Como se vestir, uma odisséia à parte.
Como falar, como contar ou não piada, como mexer ou não nos cabelos. Tudo vislumbrando uma primeira boa impressão.
Enfim, você se projeta, tentando adivinhar e corresponder as expectativas do outro.
São verdadeiros tiros no escuro, que podem se transformar em tiro no pé ou em flecha no coração.

Vencida a etapa dos inúmeros “auto-questionamentos”, você está ali cara a cara com o novo e agora é só você e o seu potencial. Aí você tenta explorar o pouquinho da cultura que adquiriu com algumas viagens, com alguns livros e muita bossa nova. Mexe os punhos, exala o cheiro do perfume pra de repente ficar guardadinha num canto qualquer da memória dele, e acha graça de todos os passos de dança que ele faz.

Mas tem vezes que não adianta mesmo.
Tem coisas que não passam da memória pro coração, aí é só uma questão de tempo.
Do tempo vir e levar consigo aquilo que não criou raiz. Não por culpa sua, não por falta de empenho. Apenas, falta de espaço mesmo.

Não dá pra esbarrar paixão com amor. O amor é faixa-preta, a paixão uma menina que só consegue estapear, no máximo puxar uns cabelos.
O amor não deixa florescer mais nada, quase como uma erva daninha.
E não adianta o seu batom, o seu perfume, o seu francês e nem seu sorriso imensamente elogiado. Quando não se tem espaço, não se tem nada.

Espere, respire. De repente o vento vira a seu favor. Mas não esqueça de curtir a paisagem enquanto navega.

Vai que no caminho rola aquela lua linda ou aquele solzinho de esquentar o coração...

Let It be.

Kamila Valente

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