Ela acordou e pôs o pé no chão gelado.
Os chinelos não acordaram do lado da cama e as meias mais uma vez se perderam entre os edredons.
O jeito era ir até o tapete na ponta dos pés.
O tapete fica na frente dele e ela não quer se olhar.
O tapete fica na frente dele e ela não quer se olhar.
Ela nunca gostou de espelhos, e quando menor, preferia os 7 anos de azar à deixar um inteiro.
Quando tormentava forte, ela usava a velha desculpa de que atraíam raios, só para cobrí-los com panos.
Evitava o quanto podia passar em frente.
Evitava o quanto podia passar em frente.
Passava o lápis no olho e colocava os brincos com precisão, sem se enxergar.
Adaptou sua vida pra não precisar de um sequer.
Mas o que temia tanto? Que medo era esse que atrapalhava tanto, causava tanto e resultava em nada?
Fingia pra todos não ter respostas, ainda que as soubesse de cor.
Adaptou sua vida pra não precisar de um sequer.
Mas o que temia tanto? Que medo era esse que atrapalhava tanto, causava tanto e resultava em nada?
Fingia pra todos não ter respostas, ainda que as soubesse de cor.
Na ocasião das perguntas, o silêncio consentia, porque a idéia de olhar no olho assustava.
O fato de olhar pra realidade enquadrada que ela teria se tornado, a incomodava, pinicava a pele.
Então ela vivia de fugas, olhares baixos, mãos no rosto.
Então ela vivia de fugas, olhares baixos, mãos no rosto.
Sem se ver, sem tentar refletir ou aparecer, sem olhar nos próprios olhos.
Ela viveu a vida inteira assim, sem se saber.
Sem ver o quão maravilhosa mulher tinha crescido naquele corpo e o quanto aquele batom vermelho lhe caía bem.
Sem admirar aqueles que reduziam os de Capitu à insignificância...
Sem ver o quão maravilhosa mulher tinha crescido naquele corpo e o quanto aquele batom vermelho lhe caía bem.
Sem admirar aqueles que reduziam os de Capitu à insignificância...
Seguia ela, pagando pra não ver.
Porque suas palavras se organizam de forma que posso te ver. Diferente de sentir teu cheiro e lembrar-te. Posso ver seu sorriso a esconder, ver sua contagem até 10, não como uma lembrança, mas como uma cena nunca vivida. E isso é bom, logo você ainda está ao lado.
ResponderExcluirdoeu.
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