Descendo goela abaixo.
Um ano bege, que não pediu pra chegar e tá simplesmente vazando sem dar satisfação.
Não foi como 2005, que desafiou gostoso, que chegou com cara de vida nova e um monte de sensações...
Nem como 2008, que trouxe início, começo e fez bonito.
Muito menos como 2009, que me ensinou mais sobre como ser feliz com pouco, sobre aceitação e que trouxe uma estrada colorida e asfaltada pra andar.
2012 foi um erro.
O safado agiu como se tivesse me fazendo favor no dia que deu sol e aplicando castigo no dia que choveu.
E fez questão de não deixar barato.
Quando choveu, foi torrencialmente.
Nublou tudo no amor, tormentou a rotina e uma tsunami levou gente daqui.
Gente aos muitos.
Tantas foram, que incluí na pauta de projetos, repovoar minha vida.
Foi um ano com 365 segundas-feiras.
Um ano que teve apenas uma estação, a qual, inverno ou verão, só fez suar.
Um ano que prometeu, mas pagando de político, não cumpriu.
Um ano de coisas inacabadas. Tudo junto e irritantemente misturado.
Não se sabia dia ou noite, perto ou longe, samba ou pop, vida ou morte.
Um ano de passagens humanas tão rápidas que não levaram nada de mim, nem deixaram nada comigo.
Tiveram duas ou três estrelas que apontaram no meu céu, mas essas por serem tão raras, sabem sensivelmente o quanto esse ano foi doído e que graças ao fato d'eu dominar a arte de guardar quem amo no fundo do coração, consegui assim impedir que o brilho dessas estrelinhas fosse ofuscado pela fumaça irritante dos dias.
E digo mais.
Elas sabem ainda, que nossa relação nasceu justamente das adversidades desse 2012 ridículo.
Mas sabe o que é bom, nisso tudo?
É a certeza.
Não vou precisar pular ondas, nem comer uvas, nem lentilhas, nem me especializar em mandinga alguma. Não preciso pedir, cuidar com a cor da calcinha, ritualizar, nada;
É que olhando assim pela janela desse ano, no próximo só vejo lucro.
Nem começou e já é bom só por não ser esse.
Coisa linda 2013!