sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Se é por falta de Adeus...

2012 tá terminando como começou.
Descendo goela abaixo.
Um ano bege, que não pediu pra chegar e tá simplesmente vazando sem dar satisfação.
Não foi como 2005, que desafiou gostoso, que chegou com cara de vida nova e um monte de sensações...
Nem como 2008, que trouxe início, começo e fez bonito.
Muito menos como 2009, que me ensinou mais sobre como ser feliz com pouco, sobre aceitação e que trouxe uma estrada colorida e asfaltada pra andar.
2012 foi um erro.
O safado agiu como se tivesse me fazendo favor no dia que deu sol e aplicando castigo no dia que choveu.
E fez questão de não deixar barato.
Quando choveu, foi torrencialmente.
Nublou tudo no amor, tormentou a rotina e uma tsunami levou gente daqui.
Gente aos muitos.
Tantas foram, que incluí na pauta de projetos, repovoar minha vida.
Foi um ano com  365 segundas-feiras.
Um ano que teve apenas uma estação, a qual, inverno ou verão, só fez suar.
Um ano que prometeu, mas pagando de político, não cumpriu.
Um ano de coisas inacabadas. Tudo junto e irritantemente misturado.
Não se sabia dia ou noite, perto ou longe, samba ou pop, vida ou morte.
Um ano de passagens humanas tão rápidas que não levaram nada de mim, nem deixaram nada comigo.
Tiveram duas ou três estrelas que  apontaram no meu céu, mas essas por serem tão raras, sabem sensivelmente o quanto esse ano foi doído e que graças ao fato d'eu dominar a arte de guardar quem amo no fundo do coração, consegui assim impedir que o brilho dessas estrelinhas fosse ofuscado pela fumaça irritante dos dias.
E digo mais.
Elas sabem ainda, que nossa relação nasceu justamente das adversidades desse 2012 ridículo.
Mas sabe o que é bom, nisso tudo?
É a certeza.
Não vou precisar pular ondas, nem comer uvas, nem lentilhas, nem me especializar em mandinga alguma. Não preciso pedir, cuidar com a cor da calcinha, ritualizar, nada;
É que olhando assim pela janela desse ano, no próximo só vejo lucro.
Nem começou e já é bom só por não ser esse.
Coisa linda 2013!

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Menos Bossa, mais Samba.





Você falou que eu nunca mais escrevi emails grandes, que andei poetizando menos, não baixei mais minhas melancolias em mp3 e não tirei mais foto em preto e branco.
Não dei à entender, não usei meias palavras, nem mensagens subliminares e nem deixei mais ninguém curioso sobre a minha vida.
E eu percebi que foi isso mesmo.

Pensando em tudo isso que eu deixei de ser e fazer, me saltou um porquê surpreso, com tanta mudança e única resposta que me ocorreu e que coube pro momento é a de que a minha vida não é mais uma Bossa.

Bossa mesmo, não bosta.

Bossa é tristeza, é amor escondido, proibido, invejado.
É sofrimento por traição, é segredo camuflado de tão secreto.
Bossa é amor infalível, que não dança junto, beleza arrebatadora, homem e mulher em perfeito estado. Ou imperfeitamente idealizados.

Hoje eu sou mais samba, menos bossa. Não escondo o que sinto, nem dou gritos silenciosos.
Hoje sofrer é uma opção novinha em folha, que saiu da barriga da obrigação.
Eu sofro, só se quiser nublar um pouco meu sol. Só se quiser sentir um gostinho de Tom na garganta.

Hoje eu tenho paz e língua solta. As vezes até demais.
Ainda faltam algumas coisas, algum tempo passar, pra que eu chegue exatamente  onde eu quero, mais esse meio caminho que eu andei já me concedeu uma liberdade sem tamanho.

Não preciso mais sofrer por não te ter, hoje posso falar bonito que te amo.
Posso planejar, fazer amor e gostar.

Posso ser sincera comigo, com as pessoas. Posso matar a sede com a bebida que eu quiser.
É tanto "posso" que vou distribuir senha pros meus desejos. Fico confusa sobre o que fazer primeiro.

Mas independente da ordem que as coisas aconteçam na minha vida, duas coisas são certas por aqui:
Escolhi ser feliz hoje, e você pra dançar esse samba comigo.